quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Santo Agostinho e sua influência.

Recebi um e-mail do Bispo Ildo, da Igreja Metodista Livre e achei interessantíssimo compartilhar com os queridos irmãos(ãs) e leitores(as).


Quantas vezes somos induzidos a crermos que Santo Agostinho foi um teólogo que influenciou a Reforma Protestante, mas veja o texto abaixo, que  extraí do site do Bispo Ildo, o qual inclusive indico para estudos e leitura diária. (Escatologia Cristã)

"Como é que um herege como Agostinho pode ter tido tanta influência não só sobre católicos mas também sobre muitos protestantes?

É assustadora a quantidade de heresias introduzidas ou potencializadas por Agostinho:


1) que Maria teria nascido e vivido sem pecado,
2) que existe um purgatório,
3) que os sacramentos salvam,
4) e que não há salvação fora da Igreja Católica,
5) que a autoridade do Papa e da Igreja estão acima daquela da Bíblia,
6) que é correto perseguir e matar os hereges, tornando-se, assim, uma espécie de pai da Santa Inquisição,
7) que Deus predestinou uns para o céu e outros para o inferno e
8) que sexo é pecado até mesmo dentro do matrimônio,
9) que o pecado é transmitido hereditariamente através das relações sexuais e
10) e a idéia de que o pecado está na carne e que o homem só pode ser liberto do domínio do pecado quando se libertar da carne através da morte, idéia de influência gnóstica e que os calvinistas costumam também endossar, o que implica em dizer que a morte é mais poderosa do que Jesus, pois somente ela nos libertará do domínio do pecado.


Mas não é isto que o Apóstolo Paulo ensina em Romanos 6 e que também encontramos em inúmeras outras passagens bíblicas que falam do novo nascimento que nos confere um novo coração que nos capacita a vencer o pecado. Como é, então, que um herege destes pode tido também tanta influência sobre os protestantes?

Sabe, Agostinho conquistou uma influência política muito grande dentro da igreja. Sendo um bispo africano, ele exerceu um papel fundamental no combate ao donatismo que era um grupo muito forte no norte da África e que, naquela época, protestava contra diversos erros da Igreja Romana, buscando autonomia. Não que eu endosse todas os ensinos deles, mas apenas reforço que a questão principal que motivou tamanha perseguição era muito mais política do que doutrinária.

Agostinho foi muito bem sucedido neste feroz combate, o que praticamente extinguiu o donatismo. Por esta razão, Roma tornou-se muito grata e devedora a ele. Isto explica como é que Pelágio acabou sendo condenado, após sua morte, no concílio de Éfeso, quando já havia sido em vida julgado e absolvido em dois outros concílios.

Agostinho perseguiu a Pelágio porque ele combatia a doutrina da predestinação tão defendida por Agostinho. Como a Igreja Romana caçava e destruía todos os escritos dos condenados como hereges, não temos quase nada a respeito de Pelágio a não ser a visão oficial que é extremamente tendenciosa. Pode muito bem ser o caso de que os ensinos de Pelágio fossem originalmente mais bíblicos do que da forma como são apresentados pelos registros oficiais da história.

Como é que se deu a influência de Agostinho sobre o protestantismo?



Bem, como a queixa principal de Lutero era contra a cobrança de taxas para conceder o perdão aos pecadores, ele busca convencer o Papa apoiando-se não apenas nas Escrituras, mas também em um renomado teólogo católico que é o Santo Agostinho, cujos ensinos favorecem a idéia da salvação pela graça e não pelas obras. Tal simpatia por Agostinho acaba abrindo brecha para a aceitação de algumas de suas demais teses, como a predestinação. E o reformador Calvino segue como discípulo de Agostinho até mesmo no que diz respeito a perseguição e morte dos hereges.

Creio que o contexto de Lutero e Calvino explicam um pouco o apego deles aos ensinos de Agostinho, o que dava uma base sólida para os protestantes dentro da própria tradição católica.

Armínio e Wesley se levantam para combater a doutrina da predestinação, mas mantém que a salvação é produto da graça e não das obras, demonstrando que não é preciso admitir a predestinação para defender a salvação pela graça. Uma coisa não tem nada a ver com a outra.
(...)"

Quer ler o texto inteiro, clique aqui.

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