terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dicotomia ou Tricotomia? Pense neste assunto...















A Essência da Natureza do Homem

A. Introdução: tricotomia, dicotomia e monismo

De quantas partes compõe-se o homem? Todos concordam que temos um corpo físico. A maioria das pessoas (tanto cristãos quanto não cristãos) sente que também tem uma parte imaterial — uma “alma” que sobreviverá à morte do corpo.

Mas aqui termina a concordância. Algumas pessoas crêem que, além do “corpo” e da “alma”, temos uma terceira parte, um “espírito” que se relaciona mais diretamente com Deus. A concepção de que o homem é constituído de três partes (corpo, alma e espírito) chama-se tricotomia.
B. Dados bíblicos

Antes de perguntar se as Escrituras entendem “alma” e “espírito” como partes distintas do homem, precisamos desde já deixar claro que a ênfase bíblica está na unidade global do homem como criatura de Deus. Quando Deus fez o homem, “lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn 2.7). Adão é aqui uma pessoa unificada, com corpo e alma vivendo e agindo juntos.

1. As Escrituras usam “alma” e “espírito” indistintamente.

Quando analisamos o uso das palavras bíblicas traduzidas como “alma” (heb. nephesh e gr. psychÂ)e “espírito” (heb. rõach e gr. pneuma), parece-nos que às vezes são usadas indistintamente. Por exemplo, em João 12.27, diz Jesus: “Agora, está angustiada a minha alma”, enquanto num contexto muito parecido, no capítulo seguinte, João diz que Jesus “angustiou-se [...] em espírito” (Jo 13.21). Do mesmo modo, lemos as palavras de Maria em Lucas 1.46-47: “A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador”. Esse parece um exemplo bem evidente de paralelismo hebraico, o artifício poético em que a mesma idéia é repetida com o uso de palavras diferentes mas sinônimas.

2. Na morte, as Escrituras dizem tanto que a “alma” parte quanto que o “espírito” parte.
Quando da morte de Raquel, diz a Bíblia: “Ao sair-lhe a alma (porque morreu)...” (Gn 35.18). Elias ora para que a “alma” da criança morta volte ao corpo (1Rs 17.21), e Isaías prediz que o Servo do Senhor derramaria “a sua alma [heb. Nephesh} na morte” (Is 53.12). No Novo Testamento, Deus diz ao rico insensato: “Esta noite te pedirão a tua alma [gr. psychÂ]” (Lc 12.20). Por outro lado, às vezes a morte é tida como o retorno do espírito a Deus. Por isso Davi ora, em palavras mais tarde citadas por Jesus na cruz: “Nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Sl 31.5; cf. Lc 23.46). Na morte, “o espírito volte a Deus, que o deu” (Ec 12.7).5 No Novo Testamento, na hora da sua morte, Jesus, “inclinando a cabeça, rendeu o espírito” (Jo 19.30) e, do mesmo modo, Estevão orou antes de morrer: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” (At 7.59).

3. O homem é tido tanto como “corpo e alma” quanto como “corpo e espírito”.
Jesus nos exorta a não temer aqueles que “matam o corpo e não podem matar a alma”, mas sim “aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo” (Mt 10.28). Aqui a palavra “alma” claramente se refere à parte da pessoa que persiste após a morte. Não pode significar “pessoa” ou “vida”, pois não faria sentido falar daqueles que “matam o corpo e não podem matar a pessoa”, ou que “matam o corpo e não podem matar a vida”, a menos que haja algum aspecto da pessoa que continue vivo depois da morte do corpo.

4. A “alma” pode pecar, ou o “espírito” pode pecar.
Aqueles que defendem a tricotomia geralmente concordam que a “alma” pode pecar, pois crêem que a alma inclui o intelecto, as emoções e a vontade. (Vemos que nossa alma pode pecar em versículos como 1Pe 1.22; Ap 18.14.)

O tricotomista, porém, geralmente considera que o “espírito” é mais puro do que a alma e, quando renovado, livre do pecado e sensível ao chamado do Espírito Santo. Essa concepção (que às vezes se insinua na pregação e nos escritos cristãos populares) não encontra realmente apoio no texto bíblico. Quando Paulo encoraja os coríntios a se purificar “de toda impureza, tanto da carne como do espírito” (2Co 7.1), ele sugere nitidamente que pode haver impureza (ou pecado) no espírito. Do mesmo modo, fala da mulher solteira que se preocupa em ser santa “assim no corpo como no espírito” (1Co 7.34).

5. Tudo o que se diz que a alma faz, diz-se que o espírito também faz; e tudo o que se diz que o espírito faz, diz-se que a alma também faz.
Os defensores da tricotomia enfrentam um problema difícil na definição clara e exata da diferença entre alma e espírito (segundo o seu ponto de vista). Se as Escrituras dessem claro apoio à idéia de que o espírito é a parte de nós que diretamente se relaciona com Deus em adoração e oração, enquanto a alma abarca o intelecto (pensamentos), as emoções (sentimentos) e a vontade (decisões), então os tricotomistas teriam em mãos um forte argumento. Todavia, a Bíblia parece não dar apoio a tal distinção.
C. Argumentos em favor da tricotomia

Os que adotam a posição tricotomista buscam apoio em várias passagens das Escrituras. Relacionamos abaixo as mais comumente usadas.

1. 1Tessalonicenses 5.23.
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23). Esse versículo porventura não fala claramente que o homem tem três partes?

2. Hebreus 4.12.
“A palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12). Se a espada das Escrituras divide a alma e o espírito, esses não seriam então elementos distintos do homem?

3. 1Coríntios 2.14-3.4.
Essa passagem trata de diferentes tipos de pessoas, daqueles que são “carnais” (gr. sarkinos, 1Co 3.1); do que é “não espiritual” (gr. psychikos, lit. “almal”, 1Co 2.14); e daquele que é “espiritual” (gr. pneumatikos, 1Co 2.15). Acaso essas categorias não sugerem tipos diferentes de pessoas — os não cristãos “carnais”, os cristãos “naturais” que seguem os desejos da alma e os cristãos mais maduros que seguem os desejos do espírito? Será que isso não sugere que alma e espírito são elementos distintos da nossa natureza?

4. 1Coríntios 14.14.
Quando Paulo diz: “Se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera” (1Co 14.14), não sugere ele que a mente faz algo diferente do espírito, e não sustentaria isso o argumento tricotomista de que a mente e o pensamento devem ser atribuídos à alma, não ao espírito?

5. O argumento da experiência pessoal.
Muitos tricotomistas dizem que têm uma percepção espiritual, uma consciência espiritual da presença de Deus, que os afeta de um modo que eles sabem ser diferente do pensamento comum e também das emoções.

6. É nosso espírito que nos faz diferentes dos animais.
Alguns tricotomistas argumentam que homens e animais têm alma, mas sustentam que é a presença do espírito que nos faz diferentes dos animais.

7. O espírito é aquilo que recebe vida na regeneração.
Os tricotomistas também afirmam que, quando nos tornamos cristãos, nosso espírito recebe vida: “Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça” (Rm 8.10).
D. Respostas aos argumentos em favor da tricotomia

1. 1Tessalonicenses 5.23.
Em 1Tessalonicenses 5.23, Paulo não diz que a alma e o espírito são entidades distintas, mas simplesmente que, seja qual for o nome que se dê à nossa parte imaterial, ele quer que Deus continue a nos santificar em tudo até o dia de Cristo.

2. Hebreus 4.12.
Esse versículo, que fala que a Palavra de Deus “penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas”, deve ser compreendido como 1Tessalonicenses 5.23. O autor não diz que a Palavra de Deus pode dividir “a alma do espírito”, mas lança mão de vários termos (alma, espírito, juntas, medulas, pensamentos e propósitos do coração) que falam dos profundos elementos íntimos do nosso ser que não se ocultam ao poder penetrante da Palavra de Deus.
3. 1Coríntios 2.14-3.4.
Paulo certamente distingue a pessoa “natural” (gr. psychikos, lit. “almal”) da “espiritual” (gr. pneumatikos, “espiritual”) em 1Coríntios 2.14-3.4. Mas nesse contexto, “espiritual” parece significar “influenciado pelo Espírito Santo”, pois toda a passagem fala da obra do Espírito Santo de revelação da verdade aos crentes. Nesse contexto, “espiritual” pode praticamente ser traduzido como “Espiritual”.

4. 1Coríntios 14.14.
Quando Paulo diz: “Meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera”, quer dizer que não compreende aquilo que está orando. Sugere sem dúvida que há um elemento não físico no seu ser, um “espírito” dentro dele que pode orar a Deus. Mas nada nesse versículo sugere que ele considere o seu espírito como algo distinto da sua alma.

5. O argumento da experiência pessoal.
Os cristãos têm uma “percepção espiritual”, uma consciência íntima da presença de Deus vivenciada na adoração e na oração. Nesse profundo nível íntimo podemos também às vezes nos sentir espiritualmente angustiados, ou deprimidos, ou quem sabe ter a sensação da presença de forças demoníacas hostis. Muitas vezes essa percepção se distingue da nossa consciência, dos processos mentais racionais. Paulo percebe que às vezes seu espírito ora sem que sua mente compreenda (1Co 14.14).

6. O que nos faz diferentes dos animais?
É verdade que temos capacidades espirituais que nos fazem diferentes dos animais: somos capazes de nos relacionar com Deus por meio de adoração e oração e gozamos de vida espiritual em comunhão com Deus, que é espírito. Mas não devemos supor que temos um elemento distinto chamado “espírito” que nos possibilita fazê-lo, pois com a mente podemos amar a Deus, ler e compreender as suas palavras e crer que sua Palavra é verdadeira.
7. Será que o espírito recebe vida na regeneração?
O espírito humano não é algo morto num descrente, mas recebe vida quando a pessoa professa fé em Cristo, pois a Bíblia fala que os descrentes têm um espírito evidentemente vivo, mas rebelde diante de Deus — seja Seom, rei de Hesbom (Dt 2.30: o Senhor endureceu “o seu espírito”), seja Nabucodonosor (Dn 5.20: “o seu espírito se tornou soberbo e arrogante”), seja o povo infiel de Israel (Sl 78.8: seu “espírito não foi fiel a Deus”). Quando Paulo diz que seu “espírito é vida, por causa da justiça” (Rm 8.10), aparentemente quer dizer “vivo para Deus”, mas não sugere que antes nosso espírito estivesse completamente “morto”; apenas que vivia afastado da comunhão com Deus, e nesse sentido estava morto.

8. Conclusão.

Embora os argumentos a favor da tricotomia tenham alguma força, nenhum deles proporciona prova concludente que supere o amplo testemunho bíblico que mostra serem os termos alma e espírito muitas vezes intercambiáveis e em muitos casos sinônimos.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

terça-feira, 13 de novembro de 2012

REFLEXÃO DO DIA


Para muitos Jesus Cristo tornou-se boa exegese, hermenêutica, algo a ser estudado, em vez de Alguém para ser amado.

sábado, 10 de novembro de 2012

Kit Dicionário Internacional de teologia do Antigo e Novo Testamento


Dicionário internacional de teologia do Antigo Testamento
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento é uma obra sem paralelo no contexto teológico evangélico e indispensável para todo aquele que se baseia no principal ponto de partida da hermenêutica histórico-gramatical: entender o sentido pretendido do texto.
Os três editores desta obra monumental reuniram a experiência e os conhecimentos de mais de 46 especialistas para oferecer ao estudioso de hebraico uma análise hermenêutica histórico-gramatical dos vocábulos do Antigo Testamento em suas implicações de natureza lingüística e teológica. As palavras encontram-se dispostas na ordem alfabética do hebraico e aramaico e levam em conta os estudos das línguas semíticas cognatas como o ugarítico e o acadiano. Para facilitar a consulta de quem não tem grande domínio das línguas originais, a edição brasileira incluiu um completo índice remissivo em português.

Dicionário internacional de Teologia do Novo Testamento - Vol I e II
Composta por 2 volumes, esta obra apresenta-se como a mais confiável fonte para quem pretende estudar teologia neotestamentária a partir de palavras que compõem o vocabulário grego da Bíblia. Oferece ao leitor a possibilidade de examinar cerca de 3.600 palavras gregas sob as perspectivas teológica e linguística, além de relacioná-las a 1.500 palavras do hebraico e aramaico bíblicos, sempre que se constatam paralelos entre os vocabulários no Novo Testamento e Antigo Testamento.
site de pesquisa: http://www.vidanova.com.br/
 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

JONATHAN EDWARDS - UM HOMEM COMO NÓS

Jonathan Edwards (1703-1758) é frequente chamado de O Teólogo da América. Nascido na família de um pastor como um de seus onze filhos, cresceu para servir como único pastor em Northampton, Massachusetts, por 21 anos, e trabalhou por sete anos como missionário para os nativo-americanos em Stockbridge, Massachusetts. Cristãos evangélicos geralmente reverenciam Edwards como um Grande Avivalista, como um brilhante teólogo, e como um “padroeiro protestante”.

Leia mais: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/10/jonathan-edwards-um-homem-igual-a-nos-13/#ixzz2Bl3AquOm

sábado, 3 de novembro de 2012

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

     Josh McDowell, é o maior Apologético em atividade de nossa época. Desde o início de seu ministério, já proferiu mais de 24 mil palestras, a mais de 10 milhões de jovens em mais de 118 países. É autor ou co-autor de mais de 112 livros que já venderam 51 milhões de cópias em todo o mundo. Nos últimos dez anos, McDowell falou a mais de sete milhões de estudantes, em 600 universidades e 62 países.
   Todo cristão deveria ler os seguintes livros deste apologético: Evidências que Exige um Veredito Volume I e II.
Evidências que Exige um Veredito já atingiu mais de um milhão de cópias (nos E.U.A.), sendo considerado um clássico na defesa da fé cristã.
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